NOÇÕES DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

NOÇÕES DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

 

                                            Relações internacionais

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 As Relações Internacionais (abreviadas como RI) visam ao estudo sistemático das relações políticas, econômicas e sociais entre diferentes países cujos reflexos transcendam as fronteiras de um Estado, as empresas, tenham como locus o sistema internacional. Entre os actores internacionais, destacam-se os Estados, as empresas transnacionais, as organizações internacionais e as organizações não-governamentais. Pode se focar tanto na política externa de determinado Estado, quanto no conjunto estrutural das interações entre os actores internacionais.

Além da ciência política, as Relações Internacionais mergulham em diversos campos como a Economia, a História, o Direito internacional, a Filosofia, a Geografia, a Sociologia, a Antropologia, a Psicologia e estudos culturais. Envolve uma cadeia de diversos assuntos incluindo mas não limitados a: globalização, soberania, sustentabilidade, proliferação nuclear, nacionalismo, desenvolvimento econômico, sistema financeiro, terrorismo/antiterrorismo, crime organizado, segurança humana, intervencionismo e direitos humanos.

As Relações Internacionais surgem como um domínio teórico da Ciência Política no período imediatamente posterior à 1ª Guerra Mundial.

Posteriormente, desenvolver-se-iam estudos focados na ação estratégica dos Estados no intuito de conservarem e ampliarem seu poder, tendo como elemento empírico de análise essencialmente a ação diplomática e bélica dos países modernos. Esses fatores ganham relevância principalmente devido ao contexto histórico: os estudos que inauguram as R.I. como disciplina autônoma se dão durante a Guerra Fria, e seus teóricos mais eminentes dissertam em universidades americanas; de modo que o pensamento internacional daquela época refletia a doutrina política seguida pelo governo americano desses tempos. Denominou-se escola realista o grupo de acadêmicos que seguiu essa linha de pesquisa, e de Realismo sua concepção teórica. Desta corrente, destacam-se Kenneth Waltz e Hans Morgenthau.

Mais a frente, com o desenvolvimento do capitalismo no mundo liberal, consequência da tendência que se firmara a partir da década de 1960 no então chamado "Primeiro Mundo" para a internacionalização dos fluxos de capitais rumo aos espaços econômicos periféricos; conjuntura que se configurava com a proeminência do capital americano na economia internacional, surgem teóricos que questionam a validade das concepções realistas sobre as relações políticas entre os Estados inseridos no sistema internacional, que, segundo estes, baseava-se fundamentalmente na anarquia.

Esses teóricos, que viriam a ser denominados membros da escola liberal, alegavam que a crescente interdependência econômica entre os países, potencializada pelos avanços tecnológicos das telecomunicações, tornariam cada vez mais dispendioso o conflito. Os liberais indicavam a progressiva consolidação de regimes jurídicos internacionais, por meio das organizações supranacionais, bem como o aumento - considerado por eles irreversível - da autonomia de atores transnacionais - notadamente as empresas multinacionais - como fatores empíricos de uma inflexão no modus operandi do sistema internacional. Destacam-se desta escola teórica Robert Keohane e Joseph Nye.

O Liberalismo e o Realismo consolidaram-se, ao longo das décadas do sec. XX, como as principais correntes teóricas nos estudos internacionais. Ambas as correntes derivariam novos debates, a partir da revisão de seus conceitos em novos quadros analíticos. Nos anos 1980, originar-se-iam dessas discussões as correntes neorrealista (ver: neorrealismo (relações internacionais) e neoliberal (ver: neoliberalismo nas relações internacionais).

Para além dessas visões sobre a teoria internacional, têm surgido uma variedade de novas temáticas nos estudos internacionais, que abordam desde questões já consolidadas em outros campos do saber - como a Economia Política Internacional - a questões consideradas totalmente novas, surgindo uma revisão completa de paradigmas - como as questões ambientais e feministas, por exemplo. Muitas dessas novas discussões se pautam em conceitos e categorias de análise alternativos àqueles empregados tradicionalmente nos debates

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